Chips feitos de DNA, trilhões de vezes mais potentes e velozes


Cientistas já estão desenvolvendo chips, feitos de DNA, trilhões de vezes mais potentes e velozes que os chips convencionais. Seria esse o futuro da microcomputação?

Em 1965, o fundador da Intel, Gordon Moore, previu que os processadores e chips iriam dobrar suas capacidades num período de dois anos. Isso quer dizer que um processador que processe 1000 bits de informação por segundo, em dois anos processaria 2000 bits por segundo e em mais dois anos, 4000 bits por segundo e dois anos depois, 8000 bits por segundo. Ao mesmo tempo, um chip de memória capaz de armazenar 1GB , em dois anos, guardaria 2GB e em mais dois anos chegaria a 4GB. Isso é conhecido como Lei de Moore.
Acontece que esse crescimento na capacidade de processadores e chips chegou a 18 meses. Isso é excelente, porque em um ano e meio, um computador top de linha dobraria sua capacidade de processamento e memória. Mas, eventualmente, os atuais chips de silício chegariam a um limite físico de espaço e miniaturização, o que impediria o avanço dessa capacidade. Isso fez com que cientistas e pesquisadores começassem a se preocupar com outras formas de processamento para permitir maior capacidade em menor espaço e que não fosse limitado fisicamente como os processadores de silício.

Foi quando em 1994, inspirado pelo livro Biologia Molecular dos Genes, de James Watson, um dos codescobridores do DNA, o cientista da computação Leonard Adleman sugeriu ser possível construir um computador baseado no DNA, o Ácido Desoxirribonucleico . Ele percebeu que o funcionamento do DNA era muito semelhante ao de um processador, pois nele seria possível carregar informação e gerar informações a partir de outros dados de entrada.

E assim foi lançada a primeira pedra na direção do desenvolvimento dos Computadores de DNA.

DNA são moléculas presentes nos núcleos de todas as células vivas. Elas são formadas por quatro núcleos diferentes, representados pelas letras A, T, G e C, que se unem em pares para formarem a sequência de DNA. No núcleo de apenas uma célula está presente todas as informações que formam o seu corpo, por exemplo, desde a cor dos seus olhos, até a quantidade de fios de cabelo que terá na sua cabeça entre várias outras informações.

As moléculas de DNA conseguem seu resultado de processamento através de reações químicas. Como é necessária somente uma molécula de DNA e pouquíssimas moléculas do reagente para fazer o processamento de informações, o custo de manutenção de um chip é muito baixo, além de não ser feito de compostos nocivos ao meio-ambiente.

Cada processamento molecular por ocorrer independentemente um do outro e em um espaço de apenas uma gota de água seria capaz de ocorrer milhões ou até trilhões de processamentos simultâneos. Isso difere dos computadores atuais que têm processamento linear, ou seja, eles são só capazes de processar uma informação de cada vez antes de passar para a próxima informação.

Esse seria o futuro dos processadores. As possibilidades de chegar ao nível molecular de armazenamento e processamento trariam a nós mais agilidade em menor espaço. Ao mesmo tempo, conseguiremos otimizar a nossa própria biologia e utilizar o nosso corpo como computadores e processadores. Mas essa tecnologia ainda está um pouco longe de se tornar viável. As pesquisas estão em fase inicial e não há previsões de lançamento comercial dos computadores de DNA